“… um bairro moderno, com zonas residenciais, comerciais, esportivas, recreativas e turísticas, estendendo-se até a beira-mar como uma continuação da feira …”
“nos bairros de trípoli, essas moradias serão construídas entre parques e jardins, cercados por escolas, creches, lojas, clubes, cinemas, igrejas e mesquitas”. oscar niemeyer, projeto de urbanização de trípoli, 1962












abordagem urbana: conectando o passado ao futuro
como parte principal do plano de oscar niemeyer, a feira internacional do líbano foi projetada para conectar a cidade antiga (leste) ao novo bairro que cresceria em direção à costa do mediterrâneo (oeste). planejado como um centro de interesse cultural e recreativo, o complexo fazia parte de uma visão para o futuro de trípoli.
a expressão arquitetônica proposta por niemeyer é definida por um “critério de unidade e equilíbrio plástico”, materializado por estruturas de concreto brutalistas. como resultado, a feira internacional do líbano resistiu como símbolo e testemunho permanente da força e resiliência da nação.
hoje, apesar dos danos causados aos edifícios pela brutalidade da guerra, a unidade e a força arquitetônicas são confirmadas, por sua presença ainda marcante, garantida pelos elementos estruturais que resistiram.
neste contexto, este plano diretor da cci segue o mesmo espírito amplo do plano original de niemeyer, em busca de integração e continuidade que transpõe os limites do local específico, conectando a parte leste da cidade (seu passado) ao oeste área não desenvolvida (seu futuro).
essa articulação é reforçada pela extensão do eixo leste-oeste, transversal ao edifício da exposição, conectando a feira internacional e a cci à costa ocidental, por uma passagem curva elevada e suave para pedestres e ciclistas, sobre a rodovia.
como intervenção urbana, o plano diretor da cci expande seus potenciais, possibilitando a conexão nunca existente entre os bairros. como tal, promove a restauração e reutilização de edifícios existentes (símbolos do legado histórico da feira do líbano) e, ao mesmo tempo, abre a possibilidade de novos e diversos desenvolvimentos em direção à costa.
além da conexão leste-oeste, a proposta da kic inclui um cinturão verde de mobilidade, a ser construído nas primeiras faixas da estrada oval, com espaços para trilhas para pedestres, ciclovias e uma linha de bonde, tudo cercado por árvores e espaços verdes .
com uma visão do futuro e respeitando o seu passado, a cci procura cumprir uma promessa interrompida.
FICHA TÉCNICA
AUTORES: ELCIO GOMES DA SILVA, FABIANO JOSÉ ARCADIO SOBREIRA, MIGUEL RAMIREZ E PAULO VICTOR BORGES RIBEIRO
COLABORADORES: LUANA ALVES FARIA